Beijing – Todas as manhãs, o canal de TV educacional e esportivo do Laos chega a milhares de residências no país do sudeste asiático por meio da transmissão via satélite LAOSAT-1.
O canal educacional, que desempenhou um papel crucial ao permitir que os alunos de todo o país estudassem em casa durante a pandemia de COVID-19, continuou a fornecer serviços de ensino à distância para escolas e alunos em áreas montanhosas remotas.
Além de apoiar iniciativas de ensino à distância no Laos, a China empreendeu vários projetos extensivos de cooperação espacial com países parceiros da ICR na última década.
Chamada de “estrada da seda espacial”, uma rede de serviços tecida por satélites e estações terrestres entre os países parceiros da ICR promoveu o setor espacial para beneficiar melhor a população local.
BENEFÍCIOS MULTIFACETADOS
A China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC), a principal entidade do setor espacial do país, forneceu serviços de pesquisa, desenvolvimento e lançamento de satélites para os países parceiros da ICR.
Satélites, como o satélite de comunicação boliviano, o LAOSAT-1, o satélite marítimo China-França e o satélite de sensoriamento remoto do Paquistão, foram lançados com sucesso, desempenhando papéis importantes nas áreas de comunicação, agricultura, cultura e entretenimento, proteção ambiental e meteorologia.
O projeto do LAOSAT-1, entregue oficialmente em março de 2016, marcou o primeiro esforço da China para exportar um satélite inteiro e participar de operações em terra. Ele oferece uma série de serviços ao Laos, incluindo comunicações via satélite, transmissão ao vivo de TV via satélite, banda larga sem fio e muito mais, transmitindo mais de 220 canais.
De acordo com Hiem Phommachanh, ex-ministro dos Correios e Telecomunicações do Laos, o LAOSAT-1 realizou o sonho do povo do Laos e é de grande importância para o país.
Os satélites de sensoriamento remoto lançados pela China para os países parceiros da ICR forneceram um apoio importante em áreas como previsão do tempo, prevenção e mitigação de desastres e mudanças climáticas.
Por exemplo, o satélite marítimo China-França lançado em 29 de outubro de 2018 é o primeiro satélite desenvolvido em conjunto pelos dois países. Ele realizou uma observação síncrona de grande área e alta precisão do vento e das ondas da superfície do oceano.
Os dados do satélite podem ser compartilhados e usados por cientistas e meteorologistas em todo o mundo, o que é útil para explorar melhor a formação e a mudança das ondas do mar. Ele também fornece serviços para a segurança da navegação de navios no mar, prevenção e mitigação de desastres marinhos, pesquisa de recursos e fornece informações básicas para pesquisas sobre mudanças climáticas globais.
OPERAÇÃO LOCALIZADA
Além de fornecer produtos e serviços espaciais para os países parceiros da ICR, o setor aeroespacial da China também treina talentos locais, promove a transferência de tecnologia e ajuda a construir uma infraestrutura local para o desenvolvimento aeroespacial.
A Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, uma subsidiária da CASC, concluiu um projeto de centro de montagem, integração e teste de satélites (MIT) no Egito em junho deste ano. Esse é o primeiro projeto de exportação de infraestrutura de desenvolvimento de espaçonaves da China para MIT de satélites, tornando o Egito o primeiro país africano a possuir recursos de MIT de satélites.
Dois satélites projetados e desenvolvidos em conjunto pela China e pelo Egito concluíram recentemente vários testes e a montagem final no centro.
De acordo com Sherif Sedky, CEO da Agência Espacial Egípcia, o centro é o primeiro passo para o Egito desenvolver seu setor de satélites e permitirá que o país desempenhe um papel de liderança na transferência de tecnologia de satélites para a África.
A Space Star Technology Co., Ltd., uma filial da Academia de Tecnologia Espacial da China, é a operadora do satélite LAOSAT-1. Ela não só ajudou o Laos a treinar profissionais em rastreamento de satélites, telemetria e comando e aplicações terrestres, mas também estabeleceu uma equipe local, com quase 90% dos membros da equipe vindos do Laos.
A empresa também opera projetos de estações meteorológicas móveis na Bolívia, Uruguai e Botsuana, e um projeto de microssatélite de sensoriamento remoto na Etiópia. A empresa realizou cursos de treinamento on-line para ajudar engenheiros de oito países em desenvolvimento, como Laos, Mianmar, Bangladesh e Paquistão, a melhorar sua capacidade de usar a tecnologia espacial para lidar com as mudanças climáticas.
SISTEMA DE NAVEGAÇÃO BEIDOU
Além da cooperação individual, a China também usa suas extensas linhas de produtos espaciais para fornecer serviços a todos os países parceiros do Cinturão e Rota.
O sistema de navegação por satélite BeiDou-3 é um exemplo disso. Lançado oficialmente em 31 de julho de 2020, o sistema de satélites forneceu até agora posicionamento acelerado e serviços de alta precisão para mais de 1,5 bilhão de usuários em mais de 230 países e regiões, incluindo os países parceiros da ICR.
De acordo com Ran Chengqi, diretor do escritório de gerenciamento do sistema de navegação por satélite da China, os serviços baseados no BeiDou, como confirmação de terras, agricultura de precisão e portos inteligentes, foram aplicados com sucesso nos países da ASEAN, no sul da Ásia, na Ásia Ocidental, na Europa Oriental e na África para atender ao desenvolvimento econômico e social local.
Na Arábia Saudita, o sistema de satélite tem sido usado na coleta de informações geográficas para levantamento e mapeamento, auxiliando no desenvolvimento da infraestrutura municipal urbana e facilitando o rastreamento de pessoas e veículos no deserto.
No Líbano, o serviço de alta precisão do BeiDou foi aplicado no levantamento da construção do terminal portuário de Beirute.
A barragem no lago Sarez, no Tajiquistão, usou o sistema de satélite para monitorar a deformação da barragem com precisão milimétrica, garantindo a segurança da barragem e da população local.
Em Burkina Faso, um hospital construído durante a pandemia de COVID-19 usou o serviço de alta precisão do BeiDou no levantamento e mapeamento da construção, e o levantamento foi concluído em apenas seis dias, reduzindo o tempo de construção em mais da metade.
A CASC disse que continuará a fortalecer o impacto positivo do setor espacial da China e a fornecer melhores serviços para a população dos países parceiros da ICR por meio de uma série de produtos, serviços e soluções integradas.