Acra — É uma sexta-feira comum em Cape Coast, capital da região central de Gana, que faz fronteira com o Oceano Atlântico. Em uma sala de aula da Escola de Ensino Fundamental da Universidade de Cape Coast (UCC), os estudantes têm aula de chinês com muita empolgação.
Eles repetem caracteres, frases e sentenças chinesas depois do professor ganense, que é um dos professores locais de chinês enviado à escola pelo Instituto Confúcio da UCC.
No começo do dia, uma delegação do departamento de educação da Província de Hunan, no centro da China, visitou a escola como parte dos esforços para verificar o progresso da língua chinesa e dos estudos culturais.
A delegação foi recebida com uma apresentação de artes marciais chinesas e ginástica junto com apresentações culturais ganenses. As crianças estavam muito animadas e comprometidas com o aprendizado da língua chinesa como parte do currículo acadêmico ao cumprimentarem em chinês a delegação.
Georgina Aglobitse, diretora da escola, disse à Xinhua que a instituição incluiu o aprendizado da língua chinesa em 2018 devido ao grande interesse dos estudantes pelo idioma.
“Desde o começo, o Instituto Confúcio da UCC nos apoiou com funcionários. Então, inicialmente, os professores chineses vinham nos ensinar. Eles ainda enviam professores, mas agora a maioria deles são ganenses que estudaram na China e podem ensinar o idioma”, disse Aglobitse.
Segundo ela, os 1.460 estudantes de várias séries têm aulas de chinês como parte dos trabalhos acadêmicos.
“Na escola de ensino fundamental da universidade, você participa das aulas de chinês. Faz parte da grade curricular, testamos e incentivamos alguns a fazerem os exames de proficiência em idioma chinês de diferentes níveis”, disse a diretora da escola.
Aglobitse considera o aprendizado da língua chinesa desde cedo um diferencial, pois os mais jovens absorvem as lições mais rapidamente. “É impressionante o quanto as crianças têm interesse em tudo o que os professores ensinam sobre a língua chinesa. Há um prêmio anual do embaixador chinês em Gana. É muito competitivo, pois a quantidade de crianças aprovadas é grande”.
“Através do estudo da língua chinesa, algumas das crianças sairão de Gana um dia, e talvez participem de programas educacionais na China. É uma boa iniciativa por parte do Instituto Confúcio mostrar a língua e a cultura chinesas às crianças”, destacou Aglobitse.
“Saber outra língua deixa a pessoa mais preparada para se comunicar e ter um melhor desempenho em qualquer lugar”, disse Aglobitse, revelando que a escola em breve montará um laboratório de língua chinesa para aprimorar o estudo do idioma na escola.
Wang Jianhua, vice-diretor do Departamento Provincial de Educação de Hunan, disse que ficou impressionado com o nível de proficiência mostrado pelos estudantes da escola de ensino fundamental da universidade no idioma chinês e no canto de músicas chinesas.
“A cultura chinesa é uma das mais ricas do mundo e, quanto mais você a conhecer, mas se beneficiará. Vocês serão os pilares do futuro do país e do mundo, e isso requer um bom trabalho no aprendizado da língua chinesa e de outras disciplinas. Isso também ajudará a construir uma sociedade melhor como pilares do futuro”, disse Wang, acrescentando que espera ver estudantes da escola de ensino fundamental se matricularem em universidades chinesas.
A criação do Instituto Confúcio na UCC trouxe muitos benefícios para a universidade e outras instituições educacionais em Cape Coast, disse Rosemond Boohene, pró-vice-reitora da UCC.
“Eles conseguiram treinar muitos estudantes, não apenas da UCC, mas também de escolas de ensino médio e básicas, com ensinos de língua e cultura chinesas. Também foram oferecidas bolsas de estudo em mestrados e doutorados aos estudantes em outras áreas além da chinesa”, disse Boohene.
Por meio do Instituto Confúcio, disse ela, muitos profissionais ganenses tiveram a oportunidade de participar de programas de treinamento de curto prazo e visitas de curto prazo à China para conhecer como o país saiu de menos desenvolvido para uma das maiores economias do mundo.
“Estamos felizes com essa relação. Em toda parceria, os chineses sempre criam uma situação mútua e acredito que eles também aprendem muito conosco. Colaborações e parcerias são sobre a criação de situações mútuas”, acrescentou ela.
