O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, destacou a estreita cooperação entre a agência e a China em áreas como desenvolvimento de energia nuclear, aplicação de tecnologia nuclear, medicina nuclear e não proliferação de armas nucleares.
Viena — O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, elogiou o rápido crescimento da indústria de energia nuclear da China e mostrou interesse em fortalecer a cooperação nuclear entre a agência e a China, em recente entrevista exclusiva à Xinhua.
Grossi tem uma visita à China programada para o final de maio. Esta viagem, que inclui visitar algumas das instalações nucleares críticas da China, será sua primeira visita ao país desde que assumiu a direção da AIEA em 2019.
Grossi disse que “esperou muito” por essa viagem, já que a China é “um dos parceiros mais importantes da AIEA, além de um líder mundial em todas as áreas, especialmente em assuntos nucleares”.
Ele elogiou o desenvolvimento da energia nuclear da China, mencionando que o país tem expandido esse setor de forma “exponencial” como parte da sua iniciativa de descarbonização e transição energética. Além disso, a China tem exportado suas tecnologias nucleares de “classe mundial” para outros países a fim de promover o uso pacífico desse tipo de energia em todo o mundo.
Grossi também destacou a estreita cooperação entre a agência e a China em áreas como desenvolvimento de energia nuclear, aplicação de tecnologia nuclear, medicina nuclear e não proliferação de armas nucleares.
“Como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e uma das potências globais, a China é um país que tem lugar de fala em muitas questões nas quais a AIEA também tem um papel a desempenhar”, disse ele. “Quando se trata de assuntos globais de não proliferação, minhas discussões com Beijing são essenciais”.
Citando que, conforme o interesse global e a demanda por energia nuclear aumentam, ele espera que a cooperação da AIEA com a China, um importante fornecedor de tecnologia, se torne “mais ampla e forte”.
Desde a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia em fevereiro do ano passado, Grossi alertou diversas vezes sobre a situação de segurança das instalações nucleares na Ucrânia, principalmente a usina nuclear de Zaporizhzhia, que sofreu ataques.
O diretor da AIEA visitou a Ucrânia, consultou Kiev e Moscou e estabeleceu a presença permanente de especialistas da AIEA nas instalações nucleares ucranianas para garantir a segurança e a proteção das mesmas.
Ele elogiou o apoio da China ao trabalho da AIEA, acrescentando que sua equipe troca informações e recebe conselhos de especialistas chineses com frequência.
Em fevereiro, a China divulgou um documento com sua posição sobre a solução política da crise na Ucrânia, dizendo que é contra ataques armados a usinas nucleares ou outras instalações nucleares pacíficas e apoia a AIEA no desempenho de um papel construtivo para promover a segurança e a proteção dessas instalações.
Questionado sobre o documento de posição da China, Grossi disse que ele é “muito importante”, pois o apoio do país o ajuda na “defesa da segurança nuclear” da Ucrânia.