Santo Domingo – Uma equipe de especialistas chineses compartilha a tecnologia chinesa de cultivo de arroz com a República Dominicana para ajudar o país a melhorar o rendimento e a qualidade do produto.
Desde outubro, a equipe com três pessoas está fazendo testes em 1,3 hectares fornecidos pelo Centro Nacional de Treinamento para Cultivo de Arroz da República Dominicana em Banao, uma cidade a cerca de 80 km a nordeste da capital Santo Domingo.
A iniciativa faz parte de um projeto de cooperação entre o departamento de agricultura e assuntos rurais da província de Hunan, centro da China, e o departamento de cooperação internacional do Ministério da Agricultura dominicano.
“Escolhemos cinco tipos locais de arroz para cultivo no campo, e eles entraram na fase de enraizamento e desenraizamento”, disse à Xinhua o especialista agrícola chinês, Yu Yunxiang.
A safra resultante, disse Yu, será estudada para análise do estado de produção e crescimento do arroz em um país tropical com clima muito chuvoso, calor, terreno plano e solo fértil, além de condições naturais favoráveis ao cultivo de arroz com grande potencial produtivo.
Enquanto isso, as temperaturas quentes e a umidade tornam as plantações propensas a pragas e doenças, por isso são necessárias mais análises e pesquisas para encontrar possíveis soluções, acrescentou ele.
“A partir de junho, vamos escolher entre 18 tipos de arroz híbrido chinês, cinco opções de alto rendimento, alta qualidade e resistentes às condições adversas para testes em dois arrozais de cerca de 6,6 hectares”, disse Yu.
As sementes que serão plantadas nesses campos foram trazidas especialmente de Hunan, berço do arroz híbrido chinês e uma das primeiras províncias chinesas a desenvolver projetos de cooperação com a República Dominicana após o estabelecimento de relações diplomáticas em 1º de maio de 2018.
Também serão utilizadas máquinas e equipamentos agrícolas da China, além de tecnologia de plantio que deve ajudar o país a melhorar o nível de produção mecanizada, prevenir e controlar doenças e pragas que prejudicam a produção agrícola.
“Esperamos que o rendimento médio dos tipos testados aumente em 25% em comparação com as variedades locais”, disse Yu.
Espera-se que a cooperação agrícola continue além do arroz e inclua vegetais chineses premium plantados em outras partes da República Dominicana.
O objetivo é promover técnicas de cultivo dessas hortaliças de alto rendimento em estufas para elevar os níveis de produção local e ajudar o país caribenho a ganhar mais receita externa com a exportação de produtos agrícolas.
“As perspectivas são ótimas, estamos otimistas com essa cooperação”, disse Yu.
Julio Cesar Lopez, experiente agrônomo do Instituto Dominicano de Pesquisa Agrícola e Florestal, disse que a China tem muita experiência no cultivo de arroz, e a República Dominicana pretende aprender o máximo possível com isso “para que nossos produtores progridam”.
“Queremos juntar os esforços da cultura chinesa, que consome e produz arroz há milhares de anos, com o que temos para aproveitar isso da melhor maneira”, disse Lopez.
O país caribenho está apenas começando no cultivo do arroz híbrido já que produzir sementes é um trabalho complexo, disse ele.
Esta iniciativa também espera reduzir ao máximo os custos de produção, assim os produtores dominicanos poderão aumentar seus lucros e vender um arroz de mais qualidade, acrescentou ele.
A República Dominicana é autossuficiente na produção de arroz, com uma média anual de aproximadamente 600.000 toneladas produzidas por cerca de 300.000 agricultores
