Budapeste – As relações entre a União Europeia (UE) e a China devem ser não ideológicas e pragmáticas, disse na segunda-feira o ministro das Relações Exteriores e Comércio da Hungria, Peter Szijjarto.
Szijjarto disse a jornalistas em Paris: “Haverá uma crise econômica ainda mais profunda se a cooperação comercial for interrompida entre a UE e a China por razões ideológicas, por isso é crucial manter um relacionamento pragmático e mutuamente benéfico”.
Szijjarto discursou após uma reunião com o chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann.
“A saída da Europa do atual período extremamente desafiador depende fundamentalmente da abordagem de seus tomadores de decisão… eles serão capazes de agir com base no bom senso em vez de uma abordagem ideológica?” disse Szijjarto.
“Para deixar a crise econômica mundial para trás, é preciso bom senso.”
A OCDE é uma das poucas organizações no mundo que não é “prisioneira de ideologias”, mas “persegue uma “política econômica racional, realista e de bom senso”, disse ele.
O diplomata húngaro sustentou que se a cooperação econômica e comercial for rompida por causa de ideologias, seja por iniciativa da Europa Ocidental ou dos Estados Unidos, a economia europeia não conseguirá evitar uma recessão profunda.
É do interesse fundamental da Europa manter a cooperação econômica pragmática com a China no próximo período, enfatizou Szijjarto.
A Hungria poderia fornecer um exemplo para outros Estados-membros da UE, sugeriu ele, uma vez que é um importante centro para a indústria automotiva alemã, bem como para os fabricantes chineses de baterias elétricas. Com a UE decidida a proibir a venda de novos veículos movidos a combustíveis fósseis em 2035, mais baterias de veículos elétricos serão necessárias.
A maioria das dez maiores fabricantes de baterias de veículos elétricos do mundo são da China, destacou Szijjarto. Portanto, “se a Europa cortar os laços de cooperação Europa-China, a indústria automobilística europeia não conseguirá implementar sua estratégia de eletromobilidade e colocará em risco milhões de empregos”, alertou.
A Hungria bateu recordes de investimento nos últimos anos, já que o país é um excelente ponto central para empresas orientais e ocidentais, acrescentou Szijjarto.