Beijing – Os pesquisadores chineses descobriram que o aquecimento provocado pelo efeito estufa e a variabilidade interna aumentaram a frequência de eventos extremos do El Niño e do El Niño do Oceano Pacífico central desde 1980.
A pesquisa, conduzida por uma equipa de cientistas do Instituto de Física Atmosférica (IAP) da Academia Chinesa de Ciências, foi recentemente publicada na revista Nature Communications.
De acordo com os pesquisadores, o El Niño mudou as suas propriedades desde a década de 1980, caracterizadas por eventos mais extremos comuns do El Niño e do El Niño do Oceano Pacífico central. No entanto, não era claro se tal mudança era forçada externamente ou fazia parte da variabilidade natural.
Os profissionais pesquisaram as mudanças passadas na diversidade do El Niño e quantificaram a contribuição do fator antropogênico e da variabilidade interna para a diversidade recentemente observada do El Niño.
A frequência de eventos extremos do El Niño e do El Niño do Oceano Pacífico central também aumentou durante o período 1875-1905, quando a concentração de dióxido de carbono antropogênico era relativamente mais baixa, segundo eles.
Os pesquiadores ainda determinaram que a ocorrência frequente de eventos extremos do El Niño e do El Niño do Oceano Pacífico central desde 1980 foi causada pela combinação de força antropogênica e variabilidade interna associada à oscilação multidecadal do Atlântico (AMO).
Uma AMO positiva aumenta o gradiente de temperatura superficial do mar zonal no Oceano Pacífico central, reforçando a resposta advectiva zonal e favorecendo o desenvolvimento extremo do El Niño do Oceano Pacífico central, disseram.
” A compreensão da variação do El Niño com base na observação pode ajudar a projetar com maior precisão as mudanças futuras do próprio fenômeno”, disse Huang Gang, autor do estudo e pesquisador do IAP.