Beijing — Uma equipe chinesa realizou pela primeira vez no mundo a disseminação de frequência de tempo de ultra-alta precisão, uma técnica para monitorar e sincronizar relógios, a uma longa distância, mais de 100 quilômetros.
A conquista científica poderia ajudar a estabelecer padrões mais elevados para a regulação de tempo, navegação e posicionamento no mundo, a comunicação quântica de ampla área e os testes de princípios básicos da física.
O grupo de pesquisa liderado por Pan Jianwei, da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, descreveu em um estudo publicado na Nature esta semana a disseminação de tempo-frequência com uma instabilidade de menos de 4E-19 a 10.000 segundos através de uma ligação de espaço livre de 113 quilômetros em Urumqi, capital da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China.
Isso significa que o erro do relógio seria mantido dentro de um segundo em 100 bilhões de anos, superando a referência de redefinição da unidade fundamental do “segundo”, que deverá ser discutido na Conferência Geral sobre Pesos e Medidas em 2026.
Tentativas anteriores de disseminação de tempo e frequência em espaço livre de tanta alta precisão não se estenderam além de dezenas de quilômetros, que são inadequadas para transmissão de alta precisão em ligações satélite-terra, de acordo com o estudo.
Este é “um grande avanço” que pode ter impactos na “física fundamental” como “busca por matéria escura, teste de constante fundamental, teste da relatividade”, disseram os revisores da Natureza deste artigo.