Hong Kong, 22 jun – O ex-chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) Leung Chun-ying elogiou a prática de “um país, dois sistemas” em Hong Kong nos últimos 25 anos como sólida, viável e vibrante.
Leung, que também é vice-presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, fez as observações em uma entrevista à Xinhua.
Aqueles que administram Hong Kong, incluindo o chefe do Executivo, os principais oficiais do governo da RAEHK e membros do Conselho Legislativo (LegCo), são eleitos ou nomeados entre os residentes locais sob o princípio de “um país, dois sistemas” que permite ao povo de Hong Kong administrar Hong Kong com um alto grau de autonomia.
“Tal grande autorização reflete o alto nível de confiança das autoridades centrais”, disse Leung, acrescentando que é ainda mais necessário implementar o princípio de “patriotas administrando Hong Kong”.
“Somente ao garantir que os patriotas administrem Hong Kong, podemos atender às necessidades práticas de as pessoas locais administrar a região com um alto grau de autonomia”, salientou.
Hong Kong faz parte da China e sua democracia é essencialmente diferente da de um Estado soberano, enfatizou Leung.
“Para promover a democracia em Hong Kong, devemos respeitar a constituição do país e a Lei Básica da RAEHK”, acrescentou.
Leung ressaltou que há algum tempo no passado, no entanto, pessoas antipatrióticas foram eleitas como membros do LegCo da RAEHK devido a brechas no sistema eleitoral. Algumas delas até foram ao exterior para instar governos estrangeiros a imporem sanções a Hong Kong.
A aplicação da lei de segurança nacional em Hong Kong e a melhoria de seu sistema eleitoral garantiram a implementação do princípio de “patriotas administrando Hong Kong”, criando assim as condições para levar o desenvolvimento da democracia na região de volta ao trilho, observou Leung.
“Hong Kong tem visto uma relação executivo-legislativa sem problemas
e melhorado desempenho na governança e os residentes agora vivem em uma sociedade mais estável”, destacou ele, acrescentando que essas mudanças positivas reforçaram a confiança dos investidores internacionais.
No final da década de 1970, Leung, um agrimensor por profissão, voluntariou-se para introduzir em Shenzhen o sistema de uso da terra de Hong Kong e sua experiência prática relacionada à terra, imóveis e planejamento, à medida que a China iniciou a reforma e a abertura e o desenvolvimento da zona industrial de Shekou em Shenzhen.
Hong Kong desempenhou um papel ativo na promoção de reformas de uso da terra e moradia na parte continental, lembrou ele, acrescentando que a região continuará a desempenhar um papel distinto e insubstituível na reforma e abertura do país na nova era.
Leung pediu a Hong Kong para ser mais proativa no apoio à abertura do país em todos os aspectos, integrando-se ao desenvolvimento nacional, participando da governança nacional e promovendo intercâmbios internacionais entre pessoas.
Leung acredita que as iniciativas delineadas no 14º Plano Quinquenal do país (2021-2025) e o desenvolvimento da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau trouxeram enormes oportunidades para Hong Kong.
Hong Kong e a parte continental podem aprofundar sua cooperação em setores como serviços financeiros, serviços profissionais e inovação científica e tecnológica, além de setores tradicionais como manufatura e comércio, apontou ele.
“Para as pessoas em Hong Kong, particularmente a geração mais jovem, um melhor desenvolvimento do país significa maiores oportunidades para seu próprio desenvolvimento”, explicou ele, encorajando os jovens de Hong Kong a recorrerem à parte continental em busca de oportunidades de desenvolvimento.