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Decretada prisão de suspeito de participação no desaparecimento de jornalista inglês e indigenista na Amazônia

Rio de janeiro – O Tribunal de Justiça do Amazonas decretou nesta quinta-feira a prisão temporária por 30 dias de Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, investigado por envolvimento no desaparecimento desde domingo do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira em plena selva amazônica, assunto que despertou a atenção de toda a imprensa mundial.

A prisão temporária foi solicitada pela Polícia Civil, após ouvir testemunhas sobre o caso. Conhecido como “Pelado”, Oliveira já estava detido desde o dia 7, quando durante as investigações sobre o sumiço encontraram com ele drogas e munição de uso restrito.

Na ocasião, também foi apreendida a lancha usada por ele que, segundo testemunhas, foi vista na manhã do domingo passando no rio pouco depois da embarcação que levava os desaparecidos no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. A perícia encontrou manchas de sangue na lancha que estão sendo analisadas para saber se é sangue humano ou de animal.

Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, funcionário afastado da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), foram vistos pela última vez na manhã do domingo na região da reserva indígena Vale do Javari, a segunda maior do Brasil, com mais de 8,5 milhões de hectares, onde pretendiam fazer uma reportagem.

A notícia do desaparecimento, divulgada pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), ganhou o mundo e a imprensa internacional pressionou o governo brasileiro para realizar uma operação de busca.

“Desde o primeiro dia do desaparecimento, fizemos várias buscas com barcos”, afirmou nesta quinta-feira em entrevista à imprensa o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Fontes. O comitê de gestão de crise inclui membros da Polícia Federal, Marinha, Exército, bem como as Polícias Militar e Civil e o departamento de bombeiros do estado.

Segundo Fontes, estão sendo empregados mais de 250 agentes de segurança, além de dois aviões, três drones,16 barcos e 20 veículos e a operação vai continuar por tempo indeterminado.

O Vale do Javari é o hábitat de 26 grupos indígenas, muitos ainda isolados ou contactados recentemente. O local está situado na fronteira com o Peru e é descrito pelas autoridades como rota para o tráfico internacional de drogas, além de atividades de roubo de madeira e avanço do garimpo ilegal.

Segundo o superintendente da Polícia Federal, no momento não se descartou nenhuma linha de investigação e a operação está concentrada na busca e resgate dos desaparecidos. 

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