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Financiamento de banco dos BRICS na região amazônica do Brasil é um êxito, destaca secretário

Belém – O financiamento de infraestrutura em nove municípios do estado brasileiro do Pará (norte) por parte do banco dos BRICS foi um “êxito” que deve se repetir para o avanço na redução da pobreza e da desigualdade e para que regiões menos desenvolvidas atraiam investimentos, disse o secretário de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas do Pará, Ruy Cabral.

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, siglas em inglês) concedeu um crédito de US$ 50 milhões para que o estado amazônico otimizasse a infraestrutura urbana em nove municípios, explicou Cabral em entrevista à Xinhua.

O chamado Banco dos BRICS (grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) financia as obras do programa Municípios Sustentáveis, iniciadas em 2019, em regiões com baixo índice de desenvolvimento humano, mas que têm como atividades a agropecuária e a extração mineral.

“A cooperação com o NDB é extremamente importante porque a captação de recursos leva à infraestrutura, ao desenvolvimento, à redução da pobreza e à busca do equilíbrio econômico e social”, afirmou o secretário.

O NDB concedeu o crédito ao estado do Pará em 2018 para a realização de obras de infraestrutura urbana nos municípios de Brasil Novo, Medicilândia, Placas, Uruará, Senador José Porfirio, Novo Progresso, Trairão, Itaituba e Rurópolis, situados nas bacias dos rios amazônicos Xingú e Tapajós.

O Pará é o segundo estado do país em extensão, faz fronteira na floresta amazônica com a Guiana e o Suriname e está em 24º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano das 27 unidades da federação brasileira.

Para o programa Municípios Sustentáveis é “importante ter o NDB como parceiro para atrair investimentos e fazer com que o cidadão que se estabeleça nesse lugar tenha infraestruturas melhores. O NDB foi um parceiro espetacular devido às facilidades que nos deu”, ressaltou Cabral.

As obras de infraestrutura têm a ver com pavimentação, drenagem, saneamento básico, construção de calçadas e de acessibilidade.

As obras estão com 62% de execução, depois de ter ocorrido um freio de alguns meses em 2020, por causa da explosão da pandemia da COVID-19.

Atualmente cerca de 350.000 pessoas vivem nesses nove municípios, um povoado que começou a surgir no meio da floresta profunda do Amazonas nos anos 60 e 70, quando o regime militar enviou agricultores para este local com a finalidade de ocupar a região com atividades agropecuárias.

“Nosso objetivo é avançar mais e por isso a parceria com o NDB é um sucesso”, disse o secretário responsável pelas obras de infraestrutura.

De acordo com Cabral, em uma segunda etapa, se buscará estender o crédito para ampliar mais a infraestrutura desses municípios onde o asfalto é chave para evitar inundações e tempestades de pó na época seca do clima tropical amazônico.

“A região está situada à margem da rodovia Transamazônica e é muito produtiva, o que torna necessário ampliar a infraestrutura”, comentou. “O objetivo é continuar os mesmos projetos, mas beneficiando mais pessoas cada vez mais”.

Cabral disse que o governo do Pará “gostaria de estender o crédito pelas facilidades que o banco NDB dá”.

“Para este projeto, seguimos todas as orientações do banco, os regulamentos internacionais e nacionais. Este impacto de obras não é considerado de alto risco, mas tiramos todas as autorizações para não prejudicar o meio ambiente. Preservamos o meio ambiente com obras de baixo impacto”, destacou.

A prioridade da região rural do estado de Pará é o investimento por ser uma zona muito rica em soja, madeira, minerais e gado.

“Para receber investimentos, necessitamos melhores estradas e portos, para isso, a relação com o NDB é fundamental,” declarou Cabral.

No plano comercial, ele previu que a relação Brasil e China se fortalecerá cada vez mais porque o país asiático é um grande comprador de produtos oriundos do estado do Pará.

Agência Xinhua

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