Beijing, 16 abr – Amostras lunares coletadas pela missão Chang’e-5 da China ajudaram os pesquisadores a entender melhor os efeitos da latitude no intemperismo espacial na Lua, de acordo com a Academia Chinesa de Ciências (CAS, sigla em inglês).
Impactos de micrometeoritos e irradiação do vento solar, processos dominantes de intemperismo espacial, modificaram amplamente composições e microtextura de materiais do solo na Lua.
Baseado no estudo feito com vários minerais de um único clasto basáltico da amostra Chang’e-5, um equipe de pesquisa revelou que as características de intemperismo espacial são dependentes da espécie mineral hospedeira.
O estudo foi liderado por Lin Yangting e Li Jinhua do Instituto de Geologia e Geofísica da CAS, em cooperação com vários pesquisadores chineses. Os resultados foram publicados na revista Geophysical Research Letters.
Os pesquisadores usaram uma série de métodos analíticos para adquirir as informações morfológicas, mineralógicas e cristalográficas em um único clasto de basalto de amostras típicas de solo lunar, com a maioria dos minerais constituintes expostos na superfície do grão.
Uma compreensão profunda dos processos e mecanismos do intemperismo espacial é importante para entender a evolução do material da superfície da Lua e do ambiente espacial, disse Gu Lixin, pesquisador da CAS e autor principal do artigo de pesquisa.
O estudo também descobriu que o solo lunar trazido pela missão Chang’e-5 não mostra diferenças microestruturais significativas das amostras da Apollo, o que sugere pequenos efeitos dependentes da latitude no intemperismo do espaço lunar.
A sonda Chang’e-5 retornou à Terra em 17 de dezembro de 2020, trazendo um total de 1.731 gramas de amostras lunares, principalmente rochas e solo da superfície da Lua.