Nanjing – Pesquisadores da Universidade Jiangnan trabalharam com colegas do Brasil e EUA e descobriram que nanopartículas quirais podem ativar a resposta imune, informou a universidade localizada em Wuxi, Província de Jiangsu, no leste da China.
O estudo publicado na revista Nature em janeiro revelou que os nanomateriais quirais podem servir como adjuvante imunológico para aumentar a eficácia da vacina e estimular o sistema imunológico.
A quiralidade é uma propriedade de assimetria e está intimamente relacionada com a função de moléculas de drogas e proteínas, disse Xu Chuanlai, professor do Laboratório Chave Estatal de Ciências e Tecnologias Alimentares da Universidade Jiangnan.
“O adjuvante é uma parte importante das vacinas. A maioria dos estudos no país e no exterior sobre vacinas se concentra em antígenos, e há relativamente poucos estudos sobre os adjuvantes”, informou Xu Chuanlai, acrescentando que o adjuvante de alumínio, que foi usado por quase um século em vacinas, só pode ativar a imunidade humoral e não pode efetivamente estimular a imunidade celular. Portanto, sua eficácia antiviral e antitumoral é limitada.
O adjuvante feito do nanomaterial quiral da equipe de Xu ativou simultaneamente as imunidades celular e humoral no experimento de modelo de infecção pelo vírus da gripe H9N2, aumentando o nível da resposta imune.
O estudo foi realizado com apoio de pesquisadores da Universidade de Michigan, Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) do Brasil e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), disse Xu Liguang, professor da Universidade Jiangnan.
“Durante os últimos cinco anos, estabelecemos uma colaboração muito produtiva com o grupo do professor Xu na Universidade Jiangnan, sempre com foco no estudo de materiais funcionais quirais”, disse André Farias de Moura, coordenador do programa de pós-graduação em química da UFSCar.
Moura e Felippe Mariano Colombari, especialista em desenvolvimento tecnológico no Laboratório Nacional de Biorrenováveis do CNPEM, realizaram dois níveis de simulações computacionais, um focando na estrutura eletrônica usando simulações de química quântica, e o outro no dicroísmo circular das nanopartículas usando eletrodinâmica clássica.
O estudo sobre materiais quirais forneceu novas possibilidades para o tratamento de infecções crônicas, tumores e outras doenças, disse Xu Chuanlai.