Brasília — As relações bilaterais entre a China e o Brasil estão consolidadas por um intenso intercâmbio econômico e novas oportunidades se abrem para sua ampliação tanto no campo comercial quanto no de investimentos, destacou nesta terça-feira o embaixador brasileiro em Beijing, Paulo Estivallet de Mesquita.
Ao participar da abertura da conferência anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), realizada de forma virtual com a presença de especialistas e altos executivos de ambos os países, Estivallet fez um balanço de seus três anos à frente da representação diplomática brasileira na China.
O embaixador recordou que quando chegou a Beijing em 2018, a China já era o principal parceiro comercial do Brasil há dez anos e ressaltou que nos últimos anos essa relação se intensificou ainda mais.
“Hoje em dia, nossas exportações para a China são três vezes maiores do que para os Estados Unidos ou a União Europeia. As exportações para a China são maiores do que as para nossos outros dez principais parceiros comerciais”, afirmou.
O Brasil também é o principal provedor de produtos agrícolas para a China, com mais de 20% de participação nessas importações.
“Precisamos trabalhar essa relação tendo consciência de que uma concentração excessiva é uma vulnerabilidade, mas é uma interdependência que é mutuamente benéfica”, assinalou.
Estivallet explicou que, como consequência das dificuldades provocadas pela pandemia da COVID-19, houve uma redução dos investimentos chineses no Brasil, mas considerou que se trata de um fenômeno circunstancial.
“Em todos os contatos que mantenho aqui, tanto com o governo como com o setor privado, vejo um grande interesse na retomada dos investimentos chineses, não só nos setores mais tradicionais, como commodities ou infraestrutura, como também por parte daqueles que veem no Brasil um país com um grande mercado e um grande potencial”, declarou.
Com relação às perspectivas futuras, avaliou que o ritmo de crescimento da economia chinesa irá se ajustando gradualmente (soft landing), mas que as oportunidades para o Brasil continuarão sendo muito amplas.
Para o embaixador, são muitas as oportunidades que se abrem,”mas não são laranjas maduras e dependem da iniciativa” dos brasileiros.
“Ao longo dos últimos anos, o consumidor chinês passou a dispor de maiores rendas e tornou mais sofisticado. Isso abre inumeráveis oportunidades para produtos com maior valor agregado por parte do Brasil. Mas depende de esforços e trabalho do próprio Brasil”, afirmou.
“É um mercado que oferece oportunidades enormes e de uma dimensão extraordinária e seria uma pena se não soubermos aproveitar”, enfatizou.
A conferência anual da CEBC, com o título “A China em Movimento e o Futuro da Relação Bilateral”, foi coordenada pelo presidente da entidade, embaixador Luiz Augusto de Castro Neves.
A primeira mesa-redonda discutiu a questão da sustentabilidade no âmbito da relação Brasil-China e a segunda, o novo modelo de crescimento da China.
A china é um mercado extremamente importante para qualquer nação, principalmente para intercambio de tecnologia chinesa e nossa tecnologia e produção agrícola. Negócios são importantes, ideologias devem ser respeitadas; interesses e dificuldades devem ser vencidas, parcerias honestas e politicamente neutras e respeitosas são o guia para o progresso e ajuda mútua entre nações inteligentes.