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Tentativa de assassinato contra primeiro-ministro iraquiano complica cenário político

Bagdá — A tentativa fracassada de assassinato contra o primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kadhimi, no domingo complicou a cena política no país, já que o ataque aumentou a tensão gerada por seguidores de partidos que rejeitaram os resultados da eleição antecipada de 10 de outubro.

A tentativa de assassinato ocorreu antes do amanhecer, quando um drone com armadilha explosiva pousou na residência de al-Kadhimi na fortificada Zona Verde no centro da capital, mas o primeiro-ministro escapou ileso.

Em um tweet em sua página oficial, al-Kadhimi disse que estava “bem” e pediu “calma e moderação de todos pelo bem do Iraque”.

No final do dia, al-Kadhimi confirmou em um vídeo postado em sua página oficial no Twitter que ele e outros trabalhadores em sua residência estão seguros, enfatizando que “mísseis e drones covardes não constroem uma pátria ou um futuro”.

Horas depois do ataque, al-Kadhimi, também comandante-chefe das forças iraquianas, retomou suas atividades diárias e se reuniu com o Conselho Ministerial de Segurança Nacional para discutir o ataque com drones em sua residência.

Saad Maan, porta-voz do Ministério do Interior, disse que o ataque foi realizado por três drones, e as forças de segurança conseguiram abater dois perto da Zona Verde, mas o terceiro atingiu a residência de al-Kadhimi.

As forças de segurança iraquianas intensificaram as medidas de segurança e foram implantadas em algumas áreas da capital, além de bloquear as entradas da Zona Verde, que abriga alguns dos principais escritórios do governo iraquiano e embaixadas estrangeiras.

Não houve qualquer reclamação de responsabilidade pelo ataque, embora as suspeitas recaiam sobre milícias apoiadas pelo Irã que estão em conflito com al-Kadhimi.

A tentativa de assassinato ocorreu em meio aos protestos em andamento de seguidores de partidos políticos que rejeitaram os resultados das eleições do mês passado.

Na sexta-feira, os protestos escalaram para um confronto com as forças de segurança nas entradas da Zona Verde, matando dois manifestantes e ferindo dezenas de membros da segurança e manifestantes.

Nas eleições parlamentares de 10 de outubro, o Movimento Sadrista, liderado pelo proeminente clérigo xiita Moqtada al-Sadr, assumiu a liderança com mais de 70 cadeiras, enquanto a coalizão Al Fatah (Conquista), que inclui algumas das forças paramilitares de Hashd Shaabi, conquistou 17 assentos em comparação com 47 nas eleições de 2018.

Os partidos políticos insatisfeitos com os resultados disseram que as eleições foram manipuladas e não aceitariam os “resultados fabricados”.

No entanto, os grupos paramilitares xiitas se distanciaram do assassinato fracassado e disseram em um comunicado que condenam o ataque, que visa o Estado iraquiano.

“Quem quer que tenha feito esse ataque está tentando embaralhar as cartas”, afirmou o comunicado, acrescentando que eles estão pedindo a formação de um comitê de investigação com a participação do Hashd Shaabi.

Nadhum al-Jubouri, analista político iraquiano, disse à Xinhua que o assassinato foi uma das consequências trazidas pela rejeição dos resultados eleitorais.

“Esta tentativa de assassinato é o pomo da discórdia entre duas fases do processo político iraquiano: na primeira fase, o primeiro-ministro foi escolhido por consenso entre os blocos xiitas, enquanto na segunda fase o primeiro-ministro será escolhido pela maioria política formado pelos blocos vencedores na eleição, especialmente o bloco sadrista”, disse al-Jubouri.

“As próximas horas ou dias prenunciam um confronto, pois as forças militares e os manifestantes se acumularam ao redor da Zona Verde simultaneamente”, concluiu o especialista.

O analista político Sabah al-Sheikh disse à Xinhua que o assassinato deve complicar as divergências políticas entre as partes, alertando que “levaria ao caos e aprofundaria as crises já existentes no país”.

Agência Xinhua

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