Brasília — As convenções do Democratas (DEM) e do Partido Social Liberal (PSL) aprovaram nesta quarta-feira a fusão das agremiações, criando o novo União do Brasil, que contará com a maior bancada na Câmara dos Deputados.
A formação da nova sigla, que será identificada nas eleições com o número 44, ainda deve ser aprovada pelo Superior Tribunal Eleitoral (STE).
A direção do DEM acredita que o processo de fusão demorará três meses para ser analisado pelos juízes da corte eleitoral.
Atualmente, o DEM conta com 28 deputados e seis senadores, inclusive o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, enquanto o PSL tem 54 deputados e dois senadores.
Se forem considerados os números atuais dos dois partidos, a fusão deixa a União Brasil com um total de 82 deputados, enquanto a segunda maior bancada é a do Partido dos Trabalhadores (PT, centro-esquerda), com 53 parlamentares.
No Senado, a União do Brasil teria oito cadeiras e seria a quarta maior, atrás do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Partido Social Democrático (PSD) e do Podemos.
A expectativa, segundo o presidente nacional do DEM, ACM Neto, é de que a fusão leve à formação da maior legenda do país, mas o processo deve provocar a saída de vários filiados dos dois partidos, inclusive congressistas.
O DEM é uma força conservadora tradicional que teve origem no partido Arena, que dava apoio político à ditadura militar (1964-1985) no Congresso, enquanto o PSL ganhou projeção nacional em 2018, com a filiação do atual presidente da República Jair Bolsonaro, que venceu as eleições, mas deixou a sigla em novembro de 2019, depois de uma série de desavenças com o presidente da agremiação, Luciano Bivar.
O ministro do Trabalho e Previdência Social do governo Bolsonaro, Onix Lorenzoni, filiado ao DEM, votou hoje contra a fusão dos dois partidos e pediu que sua posição constasse da ata da convenção.
